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Conexão
Brasil
outubro
de 2008
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Permita
o amor e aceite também o ódio
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(Um
sannyasin faz uma pergunta ao Osho a respeito de seu
relacionamento, o qual está gerando algum ódio e agressão
de ambos os lados.)
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Mm, isso é natural. Quando você permite que o
amor venha à tona, o ódio também vem. É por isso que
muitas pessoas reprimem seu amor – porque lhes foi
ensinado a reprimir o ódio e ambos são aspectos da mesma
energia. Eles não são dois; eles são um. Assim, quando
o amor vem à tona, o ódio também vem, e se você
reprimir o ódio, o amor também será reprimido
simultaneamente.
Se
você compreender isso, não irá pensar em termos de
querer ou não querer. Isso é um fato. O seu querer ou não
querer não fará qualquer diferença. Tem que aceitar
isso, tem que aceitar tudo que for. O que você pode
fazer? Se você reprimir o ódio – e a sua repugnância
irá reprimi-lo – então, imediatamente, o amor será
reprimido. Assim, você pode se tornar, pelo menos na
superfície, menos rancoroso, mas então, você será
menos amoroso também. O custo disso é grande e não vale
a pena.
A
coisa verdadeira é permitir o amor e aceitar o ódio também.
Se você aceitá-lo, logo verá que ele estará
desaparecendo e a mesma energia está se voltando para o
amor. Um dia ele desaparece, mas ele não pode ser
reprimido. Ele desaparece através da aceitação – e
então uma qualidade totalmente nova de amor surge, não
corrompida pelo ódio. Mas tal amor somente é possível
se você aceitar isso: amor e ódio. Se você reprimir
isso, aquele amor mais profundo nunca será possível. Tal
amor mais profundo não conhece ódio algum, mas você
nada sabe sobre ele, a mente não consegue saber coisa
alguma sobre ele. Ele é algo além da mente. Ele não é
da mente.
A mente sempre é dual. Se o amor está ali, o ódio
está ali. Se a compaixão está ali, a crueldade também
está. Se o compartilhamento está ali, a avareza também
está. A mente sempre é dual, e se você quiser ir além
da mente, então não faça escolhas a partir dessa
dualidade. Não diga, ‘Eu escolherei o amor e não
escolherei o ódio.’ Assim, você permanecerá na mente
para sempre. Simplesmente aceite ambos. Na aceitação,
você trancende. Você vai além de ambos, porque você não
fez qualquer escolha a favor disso ou daquilo. Mas eu
compreendo – o problema é prático.
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Se você ama um homem ou uma mulher, e
simultaneamente o ódio surge, o que fazer? Seja franco e
verdadeiro, e diga à pessoa que você a ama, mas que também
a odeia, porque, a quem mais você iria odiar? Diga, ‘Se
você decidir escolher me amar, então você tem que me
aceitar em minha dualidade, eu estou em minha mente. Eu
ainda não sou um Buda. A não-mente ainda não aconteceu
para mim, assim, se você me ama, ame como eu sou. Eu não
terei uma face falsa. Se existir ódio, eu o mostrarei a
você. Tenha compaixão por mim.’
Nós estamos
pedindo coisas impossíveis às pessoas. Nós dizemos a
uma mulher, ‘Se você me ama, não pode me odiar jamais.
E se você me odeia, nunca poderá me amar.’ Isto é
absolutamente absurdo. Se ela o ama, irá odiá-lo também,
porque a mente sempre divide. A mente trabalha através de
polaridades, de opostos. É exatamente como a eletricidade
positiva e negativa. Se você quer eletricidade positiva,
terá que ter a eletricidade negativa também. Se você
disser, ‘Eu tenho
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apenas eletricidade
positiva’, então não haverá eletricidade alguma. Ela
existe apenas entre os dois polos. A tensão entre os
opostos é a sua própria existência.
Se o seu ódio
desapareceu completamente, então haverá apenas duas
possibilidades: ou você se tornou um Buda e agora você
atingiu aquele amor que é uno, indiviso, indivisível,
incorrupto, virgem, ou – o que é mais provável – o
seu amor para com aquela pessoa também desapareceu.
(Osho
disse que pelo menos no amor você deveria ser verdadeiro.
Nos relacionamentos sociais formais e de trabalho você não
pode abrir totalmente o seu coração, não pode ser você
mesmo totalmente. Mas, todo o significado do amor é ser
capaz de estar com alguém, com quem você pode ser você
mesmo totalmente, pode relaxar e não estar de guarda...)
Se com sua mulher você tem que estar de guarda,
onde você estará sem vigilância? Onde você estará de
férias? Você estará constantemente tenso e não haverá
domingos em sua vida.
O amor é um
domingo.
Cansado –
cansado das falsidades, cansado das máscaras, cansado de
mostrar faces feias e não verdadeiras às pessoas, e
continuamente reprimindo seu ser – a pessoa quer alguém
com quem possa ser ela mesma totalmente – relaxada, à
vontade, tranqüila. Assim, se você ama uma pessoa, desde
o início, nunca seja não verdadeiro. Se o amor
desaparecer, é melhor que o relacionamento seja quebrado.
Ele tem que ser quebrado – porque não há qualquer
sentido em tal relacionamento. Se a sua verdade for
aceita, se você for aceito, somente então este é um
amor que vale a pena. Então você cresce através dele.
(Osho
disse que uma pessoa deve dizer ao seu amado que o aceita
totalmente em todos os seus humores passageiros e em suas
diferentes faces – as belas e as não tão belas....)
Em um simples momento, a pessoa pode mudar
completamente. Ela estava muito alegre e pode se tornar
muito triste. Exatamente um momento antes ela estava
pronta para morrer e no momento seguinte ela está pronta
para matá-lo. Mas a humanidade é assim. Isso traz uma
profundidade, traz surpresas e um tempero... Caso contrário,
a vida seria muito entediante.
Tudo isso é
belo. Tudo isso são notas de uma grande harmonia. E
quando você ama uma pessoa, você ama essa harmonia e
aceita tudo que compõe essa harmonia. Algumas vezes está
chovendo, outras vezes o céu está escuro e cheio de
nuvens, e outras vezes as nuvens desaparecem e ele fica
repleto da luz solar. Algumas vezes é muito frio e outras
vezes é muito quente. E exatamente desse mesmo jeito, o
clima humano vai mudando, todas as coisas vão mudando.
Quando você ama uma pessoa, você ama todas essas
possibilidades. Infinitas são as possibilidades e você
ama todos os matizes e tons.
Assim, seja
verdadeiro e ajude-a a ser verdadeira. Então o amor se
torna um crescimento. Caso contrário. O amor pode se tornar uma coisa muito
venenosa. Pelo menos, não corrompa o amor. E lembre-se,
ele não é corrompido pelo ódio. Ele é corrompido pela
falsidade. Ele não é corrompido pela raiva, nunca. Mas
ele é destruído por uma pessoa não autêntica, por uma
falsa face.
O amor somente
é possível quando existe a liberdade de você ser você
mesmo, sem qualquer vigilância, sem qualquer restrição.
Você simplesmente está fluindo. O que você pode fazer?
Quando você está rancoroso, você está rancoroso.
Quando as nuvens estão no céu e o sol está brilhando, o
que você pode fazer? E se a outra pessoa compreende e ama
você, ela aceitará, ela o ajudará a sair das nuvens –
porque ela sabe que isto é apenas um clima que vai e vem
– Estes são apenas humores, são fases passageiras, e
por trás dessas fases passageiras está a realidade, o
espírito da pessoa, a alma.
Quando você
aceita todas essas fases, logo os vislumbres da alma
verdadeira começam a acontecer para você. Continue
meditando e faça de seu amor uma meditação também.
OSHO – A Rose is a Rose is a Rose - Cap. 21
Tradução:
Sw. Bodhi Champak
Copyright © 2006 OSHO INTERNATIONAL FOUNDATION,
Suiça.
Todos os direitos reservados
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